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A Metamorfose da Meta

A decisão do encerramento da checagem de fatos da Meta foi como o apagão repentino de luzes em um espetáculo.

Por Aimée Resende em 09/01/2025 às 13:18:36

Art by Aimée

A decisão do encerramento da checagem de fatos da Meta foi como o apagão repentino de luzes em um espetáculo. Seriam erros técnicos? Foi uma ação intencional?

A única certeza é que, além da repercussão massiva, a medida gerou uma enxurrada de reações nas mídias internacionais.

A minha pesquisa nos noticiários e nas reações do próprio vídeo de Mark Zuckerberg falando sobre o assunto, trouxe-me interpretações criativas e, claro, trouxe à tona cinco pontos-chave para entendermos a "metaformose" da Meta, agora com uma estratégia geopolítica-socio-virtual:

1. Preocupação com a desinformação:
O fim da checagem de fatos gerou muitos questionamentos, especialmente no Brasil. A medida transfere para os usuários a responsabilidade de analisar a veracidade das informações, o que aumenta as chances de disseminação de notícias falsas, especialmente durante períodos eleitorais. O Ministério Público Federal já cobrou explicações da Meta sobre o impacto dessa decisão.

2. Impacto da imprensa internacional:
Será que essa medida foi uma estratégia da Meta para se alinhar com o governo Trump? A falta de checagem pode comprometer a qualidade das informações nas redes sociais. Ao "desistir da responsabilidade social", a Meta corre o risco de enfraquecer o controle sobre o conteúdo e, em certa medida, favorecer discursos mais polarizados. Isso cria uma situação em que a desinformação tende a ser mais prevalente e, portanto, mais perigosa.

3. Reações políticas:
Antes do fim da checagem, Mark Zuckerberg já havia dito que materiais políticos estavam incomodando os usuários, o que tornava inevitável um controle maior sobre esse conteúdo. Entretanto, Trump interpretou a medida como uma possível resposta às suas ameaças anteriores contra as empresas de tecnologia, tentando evitar medidas mais drásticas por parte do seu governo. Isso nos leva a questionar: essa mudança política é, de fato, uma tentativa da Meta de se alinhar com os ventos políticos dos Estados Unidos?

4. Regulações em países que controlam as redes sociais:
A aliança com Trump contra países que regulam as redes sociais tem como base a ideia de liberdade de expressão nas plataformas digitais. E não é só o Brasil que está propondo regulamentos de controle de conteúdo — a União Europeia também tem investido fortemente no Digital Services Act (DSA), que visa aumentar a responsabilidade das plataformas quanto ao conteúdo compartilhado. Para Trump, e agora também para Zuckerberg, esses regulamentos são vistos como uma violação da "liberdade de expressão".

5. Guerra ideológica:
Estamos assistindo a uma verdadeira guerra da informação, que molda comportamentos e influencia os usuários das redes sociais. Quando as grandes plataformas de tecnologia se colocam como neutras ou "sem culpa", essa postura pode aumentar a polarização, especialmente em tempos de desinformação. A pergunta que fica é: se não houver um mecanismo estruturado de controle, como as plataformas lidarão com o crescente risco de danos sociais?

Vamos aguardar o "acender das luzes" do espetáculo para ver qual será a próxima cena dessa trama digital!

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