Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, fizeram uma apresentação do quadro fiscal do paĂs ao presidente da RepĂșblica, Luiz InĂĄcio Lula da Silva, com ĂȘnfase no detalhamento da anĂĄlise do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre as contas do primeiro ano do governo e sobre o tamanho dos gastos tributĂĄrios. De acordo com Tebet, Lula ficou "extremamente impressionado" com o aumento da renĂșncia fiscal e possĂveis soluções para a elevação das despesas serão apresentadas a Lula em uma próxima reunião da Junta de Execução OrçamentĂĄria (JEO). "São duas grandes preocupações. Houve crescimento dos gastos da PrevidĂȘncia e de gastos tributĂĄrios, da renĂșncia. O próprio relatório do TCU mostra que hĂĄ uma intersecção entre esses gastos", disse Tebet após o encontro. "Lula ficou extremamente impressionado, mal impressionado, com o aumento dos subsĂdios que estão batendo quase 6% do PIB do Brasil. Estamos falando de renĂșncia fiscal, mas também de benefĂcios financeiros e creditĂcios", disse.
Segundo Tebet, a soma desses gastos, com renĂșncia fiscal e benefĂcios financeiros e creditĂcios, atinge R$ 646 bilhões, sendo que só os benefĂcios tributĂĄrios somam R$ 519 bilhões. Lula pediu que a equipe econômica se debruce sobre esses nĂșmeros para apresentar alternativas. Haddad também acrescentou que a equipe jĂĄ apresentou ao presidente dados para a formulação da proposta de lei orçamentĂĄria de 2025, além de dar informes sobre a execução do orçamento deste ano. "Teve uma ĂȘnfase muito grande no relatório do TCU. Sobre a receita, hĂĄ uma preocupação muito grande com as renĂșncias fiscais, que continuam num patamar de R$ 519 bilhões, isso em 2023", afirmou.
A reunião também tratou da evolução de despesas. Haddad também disse que o time se concentrou em apresentar explicações a Lula sobre a redução da carga tributĂĄria do Brasil tendo em vista a pressão de setores sobre as medidas de correção da erosão fiscal que estão sendo tomadas pelo Ministério da Fazenda. Um exemplo é a MP que limitava o uso de créditos de PIS/Cofins, amplamente rechaçada pelo setor produtivo e que acabou devolvida pelo Congresso. Segundo Haddad, Lula recebeu um quadro fiel da situação fiscal do paĂs, principalmente em relação à evolução de gastos com renĂșncia fiscal e o volume da carga tributĂĄria. Ele considerou a reunião produtiva e importante para que Lula tenha mais familiaridade com a execução orçamentĂĄria deste ano.
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