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Gupy: A Inteligência Artificial que Frustra Candidatos e Robotiza o Mercado de Trabalho

Processos seletivos robotizados: promessas de eficiência ou frustração para os candidatos?

Por Paulo Marcelo em 14/12/2024 às 13:08:42

Nos últimos anos, a Gupy emergiu como uma das principais plataformas de recrutamento baseada em inteligência artificial (IA), amplamente adotada por empresas de todos os tamanhos no Brasil. A promessa era clara: automatizar processos seletivos, reduzir custos e acelerar contratações. No entanto, o que deveria ser um avanço tecnológico tornou-se, para muitos candidatos, um verdadeiro pesadelo de frustração e insatisfação.

Segundo uma pesquisa recente realizada pelo portal Recruta Brasil, 65% dos candidatos que utilizaram sistemas automatizados de recrutamento, como a Gupy, relataram descontentamento extremo com a plataforma. Entre os principais motivos estão: falta de transparência no processo, eliminação precoce sem feedback e ausência de contato humano. Outros 78% dos entrevistados afirmaram que acreditam que a tecnologia "robotiza" o processo e prejudica a avaliação das habilidades humanas.

"Me sinto apenas um número descartado por uma máquina. Entreguei um currículo impecável, cumpri todos os requisitos, mas fui eliminado sem explicação. O sistema é frio e falho", relata Joana Alves, uma profissional da área administrativa que tenta recolocação no mercado.

Como Funciona o Sistema e Onde Ele Falha?

A Gupy utiliza algoritmos que analisam currículos, testes e comportamentos com base em padrões preestabelecidos. Em tese, a IA deveria ser imparcial e precisa, mas na prática, a situação é bem diferente.

  1. Critérios Automatizados: Pequenas inconsistências no preenchimento de informações ou resultados abaixo do esperado em testes eliminam candidatos sem considerações humanas.
  2. Erros de Triagem: 44% dos profissionais ouvidos no estudo afirmam que se sentiram prejudicados pela padronização excessiva. Candidatos com experiências diferentes, mas relevantes, são desconsiderados por não estarem "dentro da caixinha".
  3. Falta de Feedback: Após horas gastas respondendo perguntas e preenchendo cadastros extensos, os candidatos são simplesmente descartados sem qualquer retorno claro. A pesquisa mostra que 86% dos usuários relatam insatisfação com a falta de respostas.

Para as empresas, o sistema pode parecer eficiente à primeira vista, mas a longo prazo, o uso exclusivo dessas plataformas pode resultar na perda de grandes talentos. Afinal, é impossível para um algoritmo captar a essência humana, como resiliência, adaptabilidade e criatividade – qualidades essenciais no mercado atual.

Impacto no Mercado de Trabalho e na Saúde Mental

Além de prejudicar o recrutamento, o sistema falho também tem reflexos negativos na saúde mental dos candidatos. A sensação de serem apenas "números em um banco de dados" gera frustração, ansiedade e desmotivação.

"O processo seletivo online virou uma roleta russa. Depender de uma IA falha é angustiante e, muitas vezes, injusto. Perdemos tempo preenchendo testes e formulários intermináveis sem qualquer garantia", desabafa Carlos Freitas, engenheiro civil que está desempregado há seis meses.


Candidatos ou Cobaias de Algoritmos?

Empresas que optam pela Gupy e outras plataformas de inteligência artificial deveriam repensar sua abordagem. Automação é, sem dúvida, o futuro, mas deve vir acompanhada de uma visão humanizada e ética. A busca por um emprego já é um desafio por si só, e depender de um sistema falho torna o processo ainda mais cruel e desanimador.

Segundo a mesma pesquisa do Recruta Brasil, 71% dos candidatos acreditam que empresas que usam exclusivamente essas plataformas tendem a parecer frias e distantes, afastando inclusive consumidores.

A Gupy e outros sistemas de inteligência artificial vieram com o discurso de revolução no recrutamento, mas entregaram um processo falho, desumanizado e ineficaz. Cabe às empresas refletirem: vale a pena confiar cegamente em algoritmos e perder o que realmente importa – o fator humano?

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