Nos últimos anos, a Gupy emergiu como uma das principais plataformas de recrutamento baseada em inteligência artificial (IA), amplamente adotada por empresas de todos os tamanhos no Brasil. A promessa era clara: automatizar processos seletivos, reduzir custos e acelerar contratações. No entanto, o que deveria ser um avanço tecnológico tornou-se, para muitos candidatos, um verdadeiro pesadelo de frustração e insatisfação.
Segundo uma pesquisa recente realizada pelo portal Recruta Brasil, 65% dos candidatos que utilizaram sistemas automatizados de recrutamento, como a Gupy, relataram descontentamento extremo com a plataforma. Entre os principais motivos estão: falta de transparência no processo, eliminação precoce sem feedback e ausência de contato humano. Outros 78% dos entrevistados afirmaram que acreditam que a tecnologia "robotiza" o processo e prejudica a avaliação das habilidades humanas.
"Me sinto apenas um número descartado por uma máquina. Entreguei um currículo impecável, cumpri todos os requisitos, mas fui eliminado sem explicação. O sistema é frio e falho", relata Joana Alves, uma profissional da área administrativa que tenta recolocação no mercado.
A Gupy utiliza algoritmos que analisam currículos, testes e comportamentos com base em padrões preestabelecidos. Em tese, a IA deveria ser imparcial e precisa, mas na prática, a situação é bem diferente.
Para as empresas, o sistema pode parecer eficiente à primeira vista, mas a longo prazo, o uso exclusivo dessas plataformas pode resultar na perda de grandes talentos. Afinal, é impossível para um algoritmo captar a essência humana, como resiliência, adaptabilidade e criatividade – qualidades essenciais no mercado atual.
Além de prejudicar o recrutamento, o sistema falho também tem reflexos negativos na saúde mental dos candidatos. A sensação de serem apenas "números em um banco de dados" gera frustração, ansiedade e desmotivação.
"O processo seletivo online virou uma roleta russa. Depender de uma IA falha é angustiante e, muitas vezes, injusto. Perdemos tempo preenchendo testes e formulários intermináveis sem qualquer garantia", desabafa Carlos Freitas, engenheiro civil que está desempregado há seis meses.
Empresas que optam pela Gupy e outras plataformas de inteligência artificial deveriam repensar sua abordagem. Automação é, sem dúvida, o futuro, mas deve vir acompanhada de uma visão humanizada e ética. A busca por um emprego já é um desafio por si só, e depender de um sistema falho torna o processo ainda mais cruel e desanimador.
Segundo a mesma pesquisa do Recruta Brasil, 71% dos candidatos acreditam que empresas que usam exclusivamente essas plataformas tendem a parecer frias e distantes, afastando inclusive consumidores.
A Gupy e outros sistemas de inteligência artificial vieram com o discurso de revolução no recrutamento, mas entregaram um processo falho, desumanizado e ineficaz. Cabe às empresas refletirem: vale a pena confiar cegamente em algoritmos e perder o que realmente importa – o fator humano?