O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta 4ª feira (8.jan.2025) que os ataques à democracia no Brasil começaram muito antes do 8 de Janeiro. A data marca os 2 anos das manifestações extremistas, em Brasília, que culminaram na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
Segundo Lewandowski, o Brasil já vivia, antes de 2023, um “clima de desinformação crescente”, alimentado especialmente por ataques às urnas eletrônicas, e disseminação de discurso de ódio.
“Como vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), vi o discurso de ódio e a disseminação de notícias falsas crescerem, alimentando a polarização e criando uma narrativa de ‘nós contra eles’. Vimos surgir um nacionalismo exacerbado e anacrônico que, sob o disfarce de combater a corrupção ou defender a segurança nacional, abriu espaço para práticas que atacavam o próprio coração da nossa democracia”, afirmou.
Na época dos ataques na Praça dos Três Poderes, Lewandowski ainda era ministro do STF (Supremo Tribunal Federal). Deixou a Corte ao se aposentar, apenas em abril daquele ano.
Durante seu discurso, ele contou o que se passou no dia em que os prédios públicos foram invadidos. “Infelizmente, nos deparamos com um verdadeiro cenário de guerra. Algo inimaginável no Estado Democrático de Direito, instituído pela Constituição-cidadã de 1988”, afirmou.
A fala foi feita durante cerimônia no Palácio do Planalto para marcar os 2 anos dos atos extremistas de 8 de Janeiro, que culminaram na invasão e depredação de prédios dos Três Poderes.
O evento contou com vários atos. O 1º, logo no início da manhã desta 4ª feira (8.jan), contou com um discurso da primeira-dama Janja Lula da Silva, escalada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para fazer a fala inaugural.
Janja afirmou que "o ódio tentou sufocar a esperança" no caso e que a memória é o antídoto para o autoritarismo. Ela também citou, em cerca de 8 minutos, o esforço para reconstruir as obras de arte depredadas durante a invasão do Planalto em 2023, que foram devolvidas ao Planalto.
Algumas das obras que foram reintegradas foram o relógio do século 17 e a obra "As Mulatas", de Di Cavalcanti.
Fonte: HT NotĂcias