A recente decisão da primeira-dama do Estado e secretária de Desenvolvimento e Inclusão Social, Érica Mitidieri, de demitir cargos comissionados ligados à Fundação Renascer, acendeu discussões no cenário político sergipano. Entre os exonerados estão figuras com fortes conexões políticas, como o pai e a tia de uma vereadora eleita em Aracaju Thannata da Equoterapia e a chefe de Gabinete do ex-deputado estadual Capitão Samuel, atual presidente da Fundação Renascer.
A medida foi tomada sem consulta prévia ao presidente da autarquia, Capitão Samuel, evidenciando uma possível fissura nas relações entre ele e a titular da SEIDES. Vale lembrar que a Fundação Renascer, responsável pela gestão de políticas socioeducativas e de acolhimento de crianças e adolescentes, é diretamente vinculada à SEIDES, reforçando o controle da primeira-dama sobre as decisões da autarquia.
"O governo de Sergipe encaminhou à Alese o novo estatuto da Fundação Renascer, consolidando a socioeducação como uma realidade. Com essas alterações, haverá mudanças nos cargos da Fundação, como por exemplo a criação das funções de Ouvidor e Corregedor. Os cargos que foram exonerados são de competência da SEIDES", explicou o capitão Samuel, presidente da Fundação Renascer.
A situação gerou repercussão imediata entre aliados e opositores, suscitando questionamentos sobre as motivações políticas por trás das exonerações. Fontes ligadas ao governo sugerem que a decisião da secretária pode ter como objetivo reforçar sua autoridade no comando da pasta, enquanto outros especulam sobre possíveis ajustes estratégicos com vistas às eleições gerais de 2026.
Capitão Samuel, por sua vez, tem mantido discrição sobre o assunto, mas nos bastidores comenta-se que ele não foi consultado sobre as demissões, o que teria causado desconforto em sua base de apoio.
O impacto dessa decisão na governabilidade e no futuro da Fundação Renascer ainda é incerto, mas o episódio lança luz sobre as disputas internas no governo. Para analistas, o caso reforça a necessidade de maior transparência e alinhamento nas decisões políticas, especialmente em órgãos sensíveis como a Fundação Renascer.
Em um cenário de articulações eleitorais, o movimento de Érica Mitidieri pode ser interpretado como uma demonstração de força e liderança dentro do governo, mas também carrega o risco de alienar aliados estratégicos. O desenrolar desse episódio certamente será acompanhado de perto pelos principais atores políticos do Estado.
Confira a entrevista completa no vídeo abaixo: