A reunião do Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores (PT) em Sergipe, realizada no último domingo (15), foi marcada por intensos desentendimentos e atos de violência verbal, expondo um racha interno no partido. O encontro tinha como pauta principal a análise dos resultados das eleições municipais e as articulações para as disputas eleitorais de 2026. Em especial, buscava-se alinhar estratégias para a manutenção dos mandatos do senador Rogério Carvalho e do deputado federal João Daniel.
No entanto, o que era para ser um momento de debate político acabou se transformando em uma arena de confrontos. As divergências entre a corrente majoritária, liderada por Rogério Carvalho, e o grupo Construindo um Novo Brasil (CNB), comandado por Márcio Macedo, atingiram um ponto crítico.
O estopim foi a tentativa de Rogério em aprovar, de forma considerada impositiva, uma nota da Executiva Estadual. A atitude gerou reações inflamadas por parte do CNB, que rejeitou categoricamente a proposta. Durante o embate, Rogério Carvalho elevou o tom e chegou a acusar os membros da CNB de serem "fascistas" e "ratos de esgoto". A declaração gerou revolta imediata e levou à retirada dos integrantes do grupo da reunião.
Esse episódio reforça as divisões internas que o PT em Sergipe vem enfrentando, colocando em xeque a capacidade de união do partido para os próximos desafios eleitorais. Embora conflitos sejam comuns em grandes partidos com diversas correntes ideológicas, a gravidade do ocorrido pode dificultar a construção de um consenso, essencial para a manutenção de mandatos e a busca de novos espaços políticos.
A exposição pública das divergências também aumenta a pressão sobre a liderança partidária em Sergipe, que precisará encontrar formas de recompor as relações internas. O caminho para a pacificação, no entanto, parece estar longe de uma solução.
A informação foi publicada originalmente na coluna do jornalista Díogenes Brayner, um dos mais respeitados analistas da política sergipana.