A política de Itabaiana, conhecida por sua tradição de disputas intensas e narrativas inflamadas, atinge um novo patamar de degradação moral. O cenário atual, protagonizado pela rivalidade entre Valmir e Aguinaldo de Verso, revela um ciclo preocupante de perseguição e truculência que vai além das esferas políticas e adentra questões pessoais. A recente desapropriação do sítio da família de Verso é um exemplo contundente dessa prática arcaica, que nos remete ao coronelismo, quando a força e o poder político eram usados para subjugar famílias e manter o controle.
O sítio, localizado em terras pertencentes ao pai de Aguinaldo, um senhor de 88 anos, não é apenas um pedaço de chão. Trata-se de um local de profundo valor sentimental, onde seu Verso cria gado, tira o leite que sustenta a família, e onde os filhos foram criados. Além disso, esse lugar carrega a memória viva de anos de tradição, sendo o palco do Natal da família há décadas. A desapropriação do terreno, portanto, é mais do que um ato administrativo: é uma agressão direta à história e ao sentimento de uma família que tem suas raízes fincadas naquele espaço.
A perseguição implacável de Valmir e seu aliado Adailton contra Aguinaldo e sua família escancara a face obscura da política local, que há muito abandonou os debates propositivos para se entregar a um jogo de poder impiedoso. O que deveria ser uma disputa de ideias e projetos para o futuro de Itabaiana, transformou-se em um embate pessoal, onde o uso do poder político e econômico serve para atingir adversários não só no campo público, mas também no privado.
É lamentável constatar que, em pleno século XXI, práticas como essa ainda encontram espaço em cidades como Itabaiana. A política local, em vez de evoluir para um cenário de respeito e democracia, parece mergulhar em uma espiral de violência simbólica e perseguição. O coronelismo, que julgávamos sepultado nos livros de história, ressurge com novas roupagens, mas com o mesmo objetivo: oprimir e intimidar quem ousa desafiar o poder estabelecido.
Até quando a política de Itabaiana será tão baixa? Até quando a perseguição pessoal será tolerada como estratégia eleitoral? É urgente que a sociedade itabaianense reaja a essa postura truculenta e exija dos seus líderes uma política limpa, transparente e focada no bem comum, não em vinganças pessoais e disputas mesquinhas. A história de Aguinaldo de Verso e sua família é apenas um reflexo de um problema maior que assola a política local e que precisa ser enfrentado de forma clara e direta.
É chegada a hora de Itabaiana se libertar desse ciclo de baixezas. Que os verdadeiros interesses do povo sejam colocados à frente das disputas de poder e que a dignidade das pessoas, sobretudo de um senhor de 88 anos que tanto fez por sua família e sua terra, seja respeitada. O futuro da cidade depende de um novo modo de fazer política, um modo que valorize o diálogo, o respeito e o compromisso com o bem-estar de todos.