Olá cara, caro e care leitores, retornando às minhas atividades por aqui nesta nova fase, trago este artigo que acredito que fala mais fundo para muitas mulheres, mas não deixa de ser um bom recado para a sociedade de um modo geral. É sobre o nosso direito de ser respeitada e vista como sujeito, sobretudo num momento tão crucial para a humanidade, quando estamos gerando e trazendo a vida para este plano. Somos nós quem detemos esse poder, mas o machismo, o sexismo e o racismo não nos dão nem um dia de folga. Logo, até mesmo neste momento, precisamos lembrar que merecemos respeito. Nos acompanhe neste artigo e depois deixe seu comentário sobre como foi sua experiência de parto e/ou gestação. Sentiu-se respeitada nos espaços ou já teve que brigar para fazer valer um direito já garantido por Lei:
Quando me tornei mãe pela primeira vez, mergulhei em uma jornada que não apenas transformou minha vida, mas também me levou a questionar o sistema de saúde do meu país. Como mãe de duas crianças que foram assistidas dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), posso afirmar que é possível ter uma experiência positiva de parto dentro desse sistema, mas não sem um esforço ativo da gestante e uma luta pelos seus direitos.
Minha jornada começou com a conscientização. Antes mesmo de engravidar, busquei informação sobre os direitos das gestantes e os serviços oferecidos pelo SUS. Percebi que, embora o SUS seja fundamentado no princípio da universalidade, que preconiza o acesso igualitário de todos os cidadãos aos serviços de saúde, essa universalidade nem sempre se traduz em um atendimento respeitoso e humanizado durante o parto.
Ao pesquisar a maternidade onde iria parir, deparei-me com relatos de mulheres que enfrentaram situações de desrespeito e violência obstétrica. Foi nesse momento que percebi a importância de me informar e buscar recursos que pudessem me auxiliar nesse processo. Encontrei grupos de apoio, sites e conteúdos que ofereciam orientações sobre como ter um parto humanizado, mesmo com recursos limitados.
Durante minha gestação, exercitei meus direitos como gestante. Desde o direito à escolha do tipo de parto até o direito de ser tratada com dignidade e respeito durante todo o processo. Lembrei-me sempre da frase: “O direito não está para os que dormem”. Compreendi que, para garantir meus direitos, era necessário reivindicá-los ativamente e estar ciente deles.
Chegado o momento do parto, fui à maternidade preparada, munida não apenas de documentos, mas também de conhecimento e confiança em meus direitos. Tive a sorte de encontrar uma equipe médica e de enfermagem receptiva e respeitosa, que valorizou minhas escolhas e me acompanhou durante todo o processo de maneira humanizada.
Minha experiência positiva no parto pelo SUS não foi um golpe de sorte, mas sim o resultado de uma busca ativa por informações e recursos que me empoderaram como gestante. A jornada rumo a um parto respeitoso é um direito de todas as mulheres, e cabe a cada uma de nós exigir o respeito e a dignidade que merecemos nesse momento tão especial de nossas vidas.
Em busca de um parto respeitoso pelo SUS
Minha jornada em busca de um parto respeitoso pelo SUS foi marcada por estratégias que busquei para garantir uma experiência positiva e empoderadora. Contratar uma doula foi uma dessas estratégias, proporcionando não apenas apoio emocional e físico, mas também uma voz experiente para defender meus direitos perante a equipe médica. Além disso, desde minha chegada à maternidade, apresentei meu plano de parto, garantindo que todos estivessem cientes de minhas preferências e limitações, promovendo uma comunicação aberta e transparente para estabelecer respeito e colaboração com os profissionais de saúde.
Optei por dar à luz em um centro de parto normal, onde sabia que seria acolhida com uma abordagem humanizada e respeitosa. Lá, tive acesso a uma suíte exclusiva para mim e meus acompanhantes, proporcionando um ambiente íntimo e tranquilo para o nascimento do meu filho. Além disso, fui informada de que minha doula seria considerada como parte da equipe de assistência ao parto, não apenas como uma acompanhante, o que garantiu sua presença constante e seu apoio essencial durante todo o processo. Essas estratégias não apenas me ajudaram a superar o medo e a ansiedade que cercam o parto, mas também garantiram que eu fosse tratada com o respeito e a dignidade que toda mulher merece durante esse momento tão especial.
A busca por um parto respeitoso e humanizado pelo SUS não é apenas possível, mas também viável, desde que estejamos dispostas a nos informar, a nos preparar e a lutar pelos nossos direitos. Que minha jornada possa servir de inspiração para outras mulheres que buscam uma experiência de parto mais digna e respeitosa, independentemente das circunstâncias. Porque todas nós merecemos parir sem medo e com o respeito que a vida e o nascer merecem. Aproveita e me conta como foi a sua experiência de gestar e de parir no Brasil ou em outro país.
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Fonte: https://vozespoliticas.com/