O Tribunal de Contas do Estado de Sergipe (TCE/SE) realizou mesa técnica nesta terça-feira, 5, com o objetivo de buscar uma solução definitiva para o impasse orçamentário entre a Prefeitura e a Câmara do município de Poço Redondo. O diálogo foi mediado pelo conselheiro relator, Ulices Andrade, e pelo procurador-geral do Ministério Público de Contas (MPC), Eduardo Côrtes.
O instrumento de consensualismo foi instaurado após o MPC requerer o acompanhamento do Decreto nº 141/2024, publicado pela prefeita do município, Aline Vasconcelos, suspendendo serviços considerados essenciais para a população, como saúde, fornecimento de água e educação. Tanto a gestora como o presidente da Câmara de Vereadores, Josivaldo de Souza, participaram da reunião no TCE.
"Nós convidamos a prefeita para que ela explicasse o porquê do Decreto e também o presidente da Câmara para esclarecer a não concessão do crédito para que sejam solucionados esses problemas. Diante do que foi discutido e diante do entendimento, tanto de uma parte quanto da outra, eu acredito que vai ser solucionado o problema", afirmou o conselheiro Ulices Andrade.
Durante o encontro, a Prefeitura se comprometeu em protocolar projeto detalhado pedindo o remanejamento orçamentário necessário, para que os serviços essenciais possam voltar ao seu pleno funcionamento, e a Câmara em incluir o documento na pauta para apreciação na próxima sessão.
O chefe de gabinete da Prefeitura, Paulo Neto, argumenta que a suspensão dos serviços está relacionada à falta de autorização para o remanejamento orçamentário, mas acredita que agora o problema será solucionado:
"É muito difícil você executar um orçamento onde o planejamento é feito um ano antes. Há variações de receitas e despesas ao longo do exercício. E nós buscamos sempre o planejamento eficiente para executar da melhor forma. E assim fizemos. Mas chegou um momento onde não seria mais possível. Como a Lei 4.320 diz que para se criar despesa existe a necessidade de haver orçamento, então nós fizemos a busca dessas questões buscando o poder legislativo e assim foi negado. Mas eu creio que hoje essa reunião foi muito produtiva, foi muito bom a atitude do Ministério Público de Contas, da terceira CCI [Coordenadoria de Controle e Inspeção], que é quem nos fiscaliza, buscando uma solução", disse.
Fonte: TCE-SE