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O curioso caso de um partido que já foi forte.

Por Paulo Marcelo em 10/10/2024 às 16:33:11

Venho, há algum tempo, analisando a política em Sergipe e no Brasil, pois a política faz parte do nosso dia a dia. Independente de gostarmos ou não, todos seremos governados por quem se interessa por isso. Como dizia Platão, quem não gosta de política acaba sendo governado por aqueles que gostam. Este texto não tem um cunho de favorecer uma ideologia específica, seja de esquerda ou de direita; trata-se de uma análise pessoal fundamentada em dados que busquei no TSE. Quero alertar os sergipanos sobre as mudanças que estão acontecendo no nosso cenário político, que, por sua vez, reflete também o que ocorre no contexto nacional.


Observando os dados da edição de 2024, podemos perceber que o declínio do PT, que se acentuou desde as eleições municipais de 2020, ainda é uma realidade. O partido pode estar comemorando a eleição de 6 prefeitos e 59 vereadores em Sergipe, mas essa conquista não reflete a realidade do cenário político atual. De um total de 812 vereadores eleitos, apenas 59 são do PT, o que representa menos de 7%. Esses dados estão disponíveis no TSE, e os números não mentem. Em contrapartida, partidos como PSD, com 201, e PP, com 86, estão em ascensão, enquanto o União Brasil, com 161, também se destaca. Essa é uma mudança significativa, especialmente em um estado onde o PT sempre teve forte influência.


Outro ponto crítico é a juventude, que não se conecta com o PT. As pesquisas confirmam que essa falta de ligação é um dos principais desafios do partido. Enquanto outras siglas estão formando novas lideranças e se adaptando às novas demandas da sociedade, o PT continua preso a uma estrutura que não atrai as novas gerações.


Além disso, muitos membros do PT estão na política há mais de 30 anos, sem conseguir formar novas lideranças que ressoem com os jovens eleitores. A classe trabalhadora, tradicional base do partido, também está se afastando, um indicativo claro de desgaste político.


Não podemos esquecer que em outros estados, partidos como PL e MDB estão elegendo pessoas que somam mais de um milhão de votos, criando referências que o PT não tem conseguido estabelecer. A tentativa de apontar Lula como candidato em um novo pleito para reeleição pode ser arriscada, dado o cenário atual. Se o PT não conseguir construir novas referências dentro do partido e não abraçar essas mudanças, corre o risco de perder ainda mais espaço.


A vaidade e a resistência em admitir que novas gerações precisam ser incluídas na política do PT são questões que precisam ser enfrentadas. Como bem diz o ditado, "quem está no topo pode cair a qualquer momento." O partido não pode se acomodar achando que sua posição é garantida. Sem essa adaptação, a história mostrará que o PT não conseguiu se reinventar, algo fundamental para sua sobrevivência no cenário político brasileiro.


Após a saída de Lula, será que o Brasil terá outro líder esquerdista que consiga seguir seus caminhos e servir como referência? O PT já está morto ou tem chance de se reerguer? O que você, sergipano, acha sobre isso?


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