O presidente estadual dos Republicanos, deputado federal Gustinho Ribeiro, fez uma análise positiva do desempenho do partido nas eleições deste ano. Para Gustinho, o saldo foi vitorioso, apesar do revés em sua cidade natal, onde sua sobrinha, Rafaela Ribeiro, não conseguiu se eleger prefeita.
Apesar da derrota em Lagarto, o Republicanos consolidou sua força no estado de Sergipe, mantendo o número de prefeituras e ampliando sua presença nas câmaras municipais. O partido elegeu 12 vereadores a mais, totalizando agora 39 cadeiras. Esse crescimento reflete a crescente influência da legenda em diversas regiões do estado.
Em Lagarto, Gustinho Ribeiro enfrentou o "sistema" em uma cidade marcada pela histórica rivalidade entre os grupos políticos Bole Bole e Saramandaias. Mesmo fazendo parte do grupo do governador Fábio Mitidieri, Gustinho teve que lidar com os desafios locais. O governador visitou Lagarto três vezes durante a campanha, ao lado do deputado Jorginho Araújo, para apoiar Sérgio Reis, candidato do grupo. Esse esforço foi crucial para a vitória de Sérgio Reis, evidenciando o peso do apoio de Mitidieri.
Contudo, Gustinho, que sempre manteve fidelidade ao grupo do governador, demonstrou uma certa insatisfação. "A eleição em Lagarto acabou! Agora preciso unir forças e apoiar o candidato do grupo em Aracaju, Luiz Roberto", afirmou o deputado. Gustinho já se movimenta politicamente, reunindo-se com os vereadores eleitos para traçar estratégias com foco nas eleições de 2026.
Outro ponto delicado que vem recebendo atenção do deputado é a presidência das câmaras municipais, um tema central no jogo de poder local. Em Laranjeiras, onde o Republicanos elegeu dois vereadores, Neguinho de Carmem e Laércio de Pedra Branca, há uma possibilidade real de que a presidência da câmara fique com o partido. O prefeito reeleito, Juca de Bala, demonstra grande apreço por Neguinho de Carmem. Contudo, essa possível ascensão pode encontrar resistência, uma vez que tiraria a presidência das mãos do MDB, liderado por Marcos Franco, ex-deputado com pretensões a uma vaga na Câmara Federal. Tal movimento poderia fortalecer Gustinho Ribeiro, que também pretende disputar a reeleição, criando um embate interno entre as siglas.
Embora o Republicanos não tenha conseguido eleger vereadores para a câmara de Aracaju, o partido obteve 8.578 votos. Esse desempenho modesto foi, em parte, atribuído à falta de comprometimento de figuras importantes do partido, como Heleno Silva e Jonny Marcos. Ao contrário da estratégia defendida por Gustinho Ribeiro, Heleno e Jonny optaram por apoiar a candidatura de Yandra de André, que não conseguiu avançar para o segundo turno. A decisão de romper com a tradição de apoiar candidatos ligados à Igreja Universal e apoiar outra sigla gerou descontentamento interno e ameaçou a unidade partidária.
A tendência é que Heleno e Jonny se aproximem de Emília Correia, enfraquecendo ainda mais o Republicanos em Sergipe, após perderem a liderança do partido. A movimentação dos dois líderes sugere uma tentativa de minar o crescimento da legenda no estado.
Apesar dos desafios e divergências internas, Gustinho Ribeiro mantém sua postura discreta, preferindo agir a falar. Ele já está articulando uma chapa competitiva para as eleições de 2026, tanto para deputado estadual quanto federal, e não descarta a possibilidade de disputar uma vaga majoritária, seja para o Senado ou para vice-governador.
O deputado aguarda, em silêncio estratégico, o chamado do governador Fábio Mitidieri para discutir alianças futuras, preparando-se para os próximos movimentos da política sergipana.
Os Republicanos podem ter enfrentado desafios significativos em alguns redutos eleitorais, mas o balanço final das eleições demonstra o crescimento e a consolidação do partido em Sergipe. Sob a liderança de Gustinho Ribeiro, o partido se prepara para novos embates e desafios, com foco nas eleições de 2026. A habilidade do deputado em navegar pelas complexas águas da política local e estadual será crucial para os próximos passos da legenda.