Arquivo pessoal / Canva
A liderança política no Brasil é um palco onde desfilam os mais diversos perfis: o visionário, o populista, o técnico, o empreendedor, o tradicionalista e até o ausente. Cada um representa não apenas um estilo de gestão, mas também um reflexo do que a sociedade espera – ou tolera. Mas será que estamos escolhendo os líderes certos para criar as oportunidades que tanto almejamos?
A política, como a administração, exige algo que vai além de discursos bem elaborados ou carisma em debates. Liderar significa planejar, executar, corrigir, monitorar, controlar e, acima de tudo, entregar resultados. É aqui que a conexão com o empreendedorismo se torna evidente: um bom gestor público deve ser, antes de tudo, um empreendedor das soluções, alguém capaz de enxergar possibilidades onde outros só veem problemas.
No entanto, o cenário atual muitas vezes revela um abismo entre o que se promete e o que se entrega. Há líderes que se destacam pelo marketing pessoal, mas deixam a desejar quando se trata de gestão estratégica. Outros, tecnicamente competentes, falham em inspirar e mobilizar a população. E há ainda aqueles que, embora visionários, não conseguem articular parcerias e construir pontes para a execução.
A pergunta que não quer calar é: qual perfil de líder pode transformar o Brasil? A resposta talvez resida na fusão de habilidades. Precisamos de líderes com o espírito inovador dos empreendedores, a precisão técnica dos administradores e a capacidade de articulação dos políticos tradicionais – tudo isso alinhado a valores éticos inegociáveis.
Os desafios são enormes. Nossa infraestrutura precisa de líderes que pensem como engenheiros; nossa economia, de estrategistas que ajam como CEOs (Gestores Executivos). Na educação, precisamos de gestores que enxerguem o futuro como um investimento, não como uma despesa. E no campo social, é essencial que líderes entendam que políticas públicas bem desenhadas são o alicerce de qualquer sociedade próspera.
Olhando para as eleições, seja em nível municipal, estadual ou federal, cabe a cada cidadão refletir: estamos votando em um líder que sabe administrar ou apenas em um rosto que aparece bem na TV? Estamos escolhendo quem traz soluções reais ou quem promete o que não pode cumprir? No empreendedorismo, errar na escolha de um líder pode significar o fracasso de uma empresa. Na política, pode significar o atraso de uma nação inteira.
O Brasil tem potencial para ser uma terra de oportunidades, mas isso só será possível com líderes que saibam identificar caminhos, mobilizar recursos e transformar ideias em resultados. Está na hora de abandonarmos o voto superficial e apostarmos na gestão inteligente, no empreendedorismo social e na liderança que inspira transformação.
Se queremos novas oportunidades, precisamos de novos líderes. E, acima de tudo, precisamos ser cidadãos mais atentos, críticos e exigentes. Afinal, assim como no mundo dos negócios, na política só colhemos aquilo que decidimos investir.
Diego da Costa é Profissional de Administração, Radialista e Escritor. Instagram: @diegodacostadc